LETARGIA, CATALEPSIA, MORTE APARENTE
A respeito desses temas e compulsando
os tradicionais e expressivos dicionários de nobres irmãos dicionaristas, encontramos
as seguintes definições:
Letargia, estado patológico observado em
diversas afecções do sistema nervoso central, como encefalites, tumores, etc.,
caracterizado por um sono profundo e duradouro do qual só com dificuldade,
temporariamente, pode o paciente despertar. Diz ainda: É um estado de
insensibilidade característico do transe mediúnico.
Catalepsia, estado em que se observa uma rigidez
dos músculos, de modo que o paciente permanece na posição em que é colocado.
Por outro lado, o Dicionário de
Filosofia Espírita, de L. Palhano Jr., citado pelo não menos expressivo,
Amílcar Del Chiaro Filho(*), diz o seguinte: Letargia é o estado anômalo de sonolência profunda do qual é
difícil sair, como aquele que se provoca pela hipnose. Palhano coloca um
parecer espírita e diz “...transe global em todos os centros sensoriais e
motores do sistema nervoso central, no qual o paciente, lúcido ou não, não
consegue se manifestar nem sentir nenhum estímulo exterior como se o corpo estivesse
morto, numa morte apenas aparente”. Catalepsia,
perda momentânea e às vezes espontânea da sensibilidade e da capacidade de
contrair voluntariamente os músculos de uma determinada parte do corpo.
Manifesta-se por rigidez do corpo ou parte do corpo. Pode ser por causa
hipnótica, mediúnica, histérica ou esquizofrênica. (Tirando Dúvidas II. Amílcar
Del Chiaro Filho. Ed. M.M. pag.23. SP. 2004).
Um dos livros básicos da Doutrina
Espírita (*) nos traz relato de que o cadáver é insensível e o que leva sensibilidade
é justamente o fluido perispiritual, desde que exista qualquer resquício de
vida no corpo. Quando o corpo físico mais denso sofre uma lesão ou é acometido
de uma enfermidade, dispara a sensibilidade (a dor) identicamente a um choque
elétrico que conhecemos. Tal proceder é o influxo nervoso ensinado pela
Fisiologia. Essa interrupção dolorosa pode ocorrer, além da “morte do corpo
físico”, pela amputação de membro ou pela ruptura de nervo, quando então, não
haverá mais a continuação da corrente do fluido perispiritual. (A Gênese. A.K.
Cap. XIV, item 29. FEB. R.J. 1944).
Mas, como acontece nessas situações a
perda da sensibilidade?
Vejamos, o pensamento é o condutor das
energias que envolvem o mundo material e espiritual, associado sempre à
vontade, que concretizam o direcionamento desejado. É nessa concentração, nessa
grande vontade, que o fluido espiritual se afasta do corpo material denso,
alojando-se mais no corpo espiritual que força o desprendimento do Espírito,
quando então, pode ocorrer a insensibilidade.
Exemplo tradicional é o caso de Lázaro
e aqui no Brasil o caso do famoso ator de novelas, Sérgio Cardoso, que possui
registro nos anais da Medicina. Na verdade, não existe a “ressurreição” no
sentido que a Igreja prega erroneamente, ou seja, a volta à vida de um cadáver,
pois no caso de Lázaro, Jesus deixou expressamente registrado: “ele dorme”(João
11:11)), ficando fortalecido a máxima: “o pior cego é aquele que não quer ver”.
Aí é que entra as palavras de Paulo, o Apóstolo: "aos homens está ordenado
morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo" (Hebreus 9:27), pois, não
existe um só caso comprovado pela ciência que a pessoa morreu com seu corpo
físico e depois retornou com o mesmo corpo. A Igreja tenta, sem qualquer êxito
para os esclarecidos, impor essa máxima de Paulo nos casos de “reencarnação”,
que nada tem com esses fatos, pois, a palavra é bem clara “re + encarnar”, isto
é, o Espírito é que volta do mundo espiritual e faz uso de um novo corpo
físico, com outra aparência, derivada da genética dos pais.
Aqueles que sofreram a morte aparente
e, tiveram como consequência, o seu sepultamento com vida, em novas
existências, trazem em si a fobia denominada por Tafofobia, que retrata a
pessoa que possuí o medo doentio de ser sepultada viva, devido à experiência
dolorosa e dramática por que passou. Esta síndrome também pode estar associada,
fora o caso anterior, a ações delituosas de ter levado alguém a ser enterrado
vivo. Neste último caso, pode ou não, sofrer a mesma ação, dependendo do
caminho que tomar nesta reencarnação. (estudos, conduta, caridade, perdão, etc).
João Demétrio Loricchio
Vamos ver o que traz o Livro dos Espíritos sobre esse assunto:
422 – Os letárgicos e os catalépticos geralmente veem e ouvem o que se passa ao redor deles, mas não podem manifestar-se; é pelos olhos e ouvidos do corpo que isto acontece?
R: Não, é pelo Espírito que está
consciente, mas impossibilitado de comunicar-se.
422ª – Por que não pode
comunicar-se?
R: Porque a isso se opõe o estado do
corpo. Esse estado específico dos órgãos dá-lhes a prova de que há no homem
outra coisa além do corpo, que neste caso, não se manifesta: não obstante, o
Espírito continua a agir.
423 – Na Letargia, o Espírito pode separar-se totalmente do corpo, de forma a dar-lhe todas as aparências da morte, e voltar em seguida?
423 – Na Letargia, o Espírito pode separar-se totalmente do corpo, de forma a dar-lhe todas as aparências da morte, e voltar em seguida?
R: Na Letargia, o corpo não está morto,
visto que as funções orgânicas continuam a processar-se; a vitalidade permanece
em estado latente, como na crisálida, e não se extingue. Ora, o Espírito está
unido ao corpo enquanto ele viver; uma vez os laços rompidos pela morte real e
pela desagregação dos órgãos, a separação será completa e o Espírito não volta
mais. Quando um homem aparentemente morta volta à vida, é porque a morte não
foi consumada.
VEJA VÍDEO MONTAGEM COM TRECHOS DO AUDIOBOOK ( LIVRO FALADO ) O LIVRO DOS ESPÍRITOS, NARRADO POR CARLOS VEREZA E SUA FILHA LARISSA VEREZA
QUESTÕES 422 A 424