sábado, 28 de março de 2015

PECADO POR PENSAMENTO E ADULTÉRIO

"Ouviste o que foi dito aos antigos: não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher cobiçando-a, já no seu coração cometeu adultério com ela" (Matheus, 5:27-28).
Esta passagem evangélica lembra o drama de uma mulher adúltera que foi salva por Jesus de um iminente apedrejamento. Ela corria descontrolada pelas ruas de Jerusalém, perseguida por homens fanáticos que desejavam cumprir uma prescrição da lei de Moisés. Ela havia sido apanhada em flagrante adultério, e a lei era sumamente severa na punição de atos desta natureza. A lei mosaica prescrevia punição rigorosa para a mulher e o homem adúlteros, muito embora, na grande maioria dos casos, somente a mulher fosse penalizada.
Os escribas e fariseus a trouxeram à presença de Jesus e disseram-lhe: "Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Moisés ordenou que pecados desse gênero seja punidos com o apedrejamento. Que dizeis vós? (João, 8:3-11). Era uma situação verdadeiramente embaraçosa, pois, se Jesus dissesse: "Podem lapidá-la", estaria negando toda a finalidade de seu advento entre os homens. Por outro lado, se dissesse que ela não deveria ser apedrejada, seria acusado perante as autoridades religiosas de estar contrariando a lei mosaica, o que constituía uma grave heresia.
Em face da indagação por parte dos acusadores, Jesus respondeu: "Aquele que se julgar sem pecados, atire a primeira pedra." Esta sentença esfriou o ânimo dos acusadores, que abandonaram o local, e a decisão final do Mestre foi uma recomendação à mulher: "Nem eu te acuso, vai e não peques mais" (ESE, cap. X, ítens 12 e 13). Jesus despediu a mulher sem condená-la, embora soubesse das imperfeições que dominavam os corações daqueles homens; prova disso está na atitude por eles demonstrada, quando o Mestre deu a sua resposta; sentindo seus corações cheios de sentimentos negativos, jogaram fora as pedras que estavam em suas mãos e se retiraram.
Eles eram adúlteros porque alimentavam o ódio, o rancor, a vingança e o falso zelo religioso; preocupavam-se muito em cumprir uma lei de caráter transitório, implantada por Moisés, mas deixavam de lado a prática das leis eternas e imutáveis, contidas no Decálogo. Deste modo, o adúlterio, nos moldes como foi exposto por Jesus Cristo, não deve ser compreendido apenas no sentido restrito da palavra ou da forma como é entendida pelos homens. Deve ser encarado com um sentido mais amplo, pois a verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração livre de sentimentos escusos, nem sequer pensa no mal.
ADÚLTEROS, portanto, são todos aqueles que se entregam aos maus pensamentos em relação ao seu semelhante, não importando se conseguiram ou não realizá-los. O homem evangelizado, que jamais concebe maus pensamentos em seu íntimo, já conquistou uma posição moral mais elevada; aquele que ainda não consegue libertar-se de tais pensamentos, mas consegue repelí-los, está a caminho de alcançar uma elevação espiritual. Mas, todo aquele que se compraz em pensamentos inferiores, alimentando-os em seu coração, ainda está sob jugo de influências negativas, e são adúlteros na também acepção da palavra.

Quando Jesus asseverou que quem olhar para uma mulher, alimentando um mau pensamento em relação a ela, já cometeu adultério (ESE, cap. VIII, ítem 5), referia-se naturalmente, àqueles que se enquadram na última categoria: são todos aqueles que se comprazem com os pensamentos inferiores que aninharam em seus corações; e se não chegaram a concretizar seus propósitos, é porque certamente ainda não se lhes deparou a oportunidade desejada.

Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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IDIOTISMO, LOUCURA

         Há casos de Espíritos dotados de qualidades intelectuais, mas que renascem em corpos, cujos órgãos, pouco desenvolvidos ou atrofiados, limitam as suas faculdades: é o caso da idiotia e da loucura. Se uma parte ou conjunto desses órgãos forem alterados, sua ação ou suas impressões ficam interrompidas. Se ele (o Espírito) perde os olhos, fica cego; sem os ouvidos, fica surdo etc... Imagina agora se o órgão que preside aos efeitos da inteligência e da vontade for parcial ou inteiramente atacado ou modificado. (..) o Espírito, só tendo então a seu serviço órgãos incompletos ou alterados, deve entrar numa perturbação de que, por si mesmo e no seu foro íntimo, tem perfeita consciência, mas cujo curso já não pode deter (LE, perg. 375).
         São esses os casos, tanto de idiotia como de loucura, classificados pela medicina como anomalias patogênicas do cérebro, podendo ter como causa orgânica o traumatismo craniano, meningite, entre outros. No caso de idiotia, existe uma inibição do cérebro, causada por lesões ou estímulos acima de sua capacidade de absorção. Porém, de acordo com a Doutrina Espírita, deve-se esclarecer que as causas, tanto da idiotia quanto da loucura, vão além de questões meramente físicas patológicas; são, por princípio, o reflexo da Lei de Causa e Efeito.
         Portadores de tais anomalias, esses Espíritos são aqueles que se comprometeram moralmente em vidas pretéritas e que agora sofrem as consequências de seus desvios, por absoluta impossibilidade de se manifestarem através de seus órgãos mal formados. No entanto, esses Espíritos são frequentemente mais inteligentes do que podemos imaginar. A superioridade moral não está sempre na razão da superioridade intelectual, e os maiores gênios podem ter muito a expiar; daí resulta frequentemente para eles uma existência inferior às que já tenham vivido, que é uma causa de sofrimento (LE, perg. 373a).

         Importa considerar ainda que segundo o Dr. Bezerra de Menezes, no livro "A Loucura sob novo Prisma", existem casos de desequilíbrio, sem que haja necessariamente causas materiais, ou seja, lesões nos órgãos ou no cérebro. Aqui, somente a Doutrina Espírita pode explicar, pois trata-se de atuação fluídica de Espíritos desencarnados sobre a mente do Espírito encarnado. Esses casos caracterizam-se por uma das formas de obsessão.


Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 371 A 378






FACULDADES MORAIS E INTELECTUAIS

            As qualidades morais da criatura humana sejam boas ou, más, pertencem ao Espírito que está encarnado nela; se for um Espírito bom, suas qualidades são boas, ou seja, quanto mais elevado for, mais o homem está propenso ao bem.Se o Espírito for um ser ainda imperfeito, logicamente sua moral está aquém do bem.
         Resumindo, podemos dizer que o homem bom é a encarnação de um bom Espírito e o homem ainda vicioso, ainda propenso ao mal, é a encarnação de um Espírito ainda imperfeito. Devemos classificar como imperfeito, para não dar a conotação de eternamente mau, pois poderíamos entender que Deus é injusto.
       Como Espíritos, somos perfectíveis, ou seja, cedo ou tarde vamos caminhar para a perfeição.
         O homem que age irrefletidamente ou faz as coisas sem ter muito cuidado ou o que é imprudente, leviano, inconsequente, brincalhão, travesso ou folgazão ou às vezes até malfazejo, é a encarnação de um Espírito brejeiro ou leviano.
       Devido que o corpo humano não poder ser usado por dois Espíritos diferentes, as qualidades morais e intelectuais pertencem ao Espírito que ali está reencarnado, dependendo do grau de elevação que tenha atingido.
       Há homens inteligentes, que por essa qualidade revelam um Espírito superior ali reencarnado, são às vezes e ao mesmo tempo muito viciosos, é porque o Espírito não é bastante puro e por isso sofre influências de outros Espíritos, encarnados ou não, que são mais inferiores. A evolução do ser humano não se realiza ao mesmo tempo em todos os sentidos; num tempo ele evolui intelectualmente e em outro na moralidade, mas o progresso é sempre ascendente; são as oportunidades que Deus nos dá através das múltiplas reencarnações.
         Sobre as diversas faculdades intelectuais e morais do homem, se seriam produtos de tantos outros Espíritos, Kardec na questão 365, do LE, nos elucida:



          “... As diversas faculdades são manifestações de uma mesma causa que é alma, ou do Espírito encarnado, e não de muitas almas, como as diferentes sons do órgão são produtos de uma mesma espécie de ar e não de tantas espécies de ar quantos forem os sons. Desse sistema resultaria que, quando o homem perde ou adquire certas aptidões, certas tendências, isso significa que tantos Espíritos o possuíram ou deixaram, o que o tornaria um ser múltiplo, sem individualidade, e consequentemente sem responsabilidade. Isto do mais é contraditado pelos tão numerosos exemplos de manifestações que os Espíritos provam sua personalidade e sua identidade".



Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 361 A 366



sábado, 21 de março de 2015

PRELÚDIO DO RETORNO - UNIÃO DA ALMA AO CORPO

A uma pergunta se os Espíritos sabem em que época reencarnarão, os benfeitores espirituais esclareceram que assim como um cego pressente quando se aproxima o fogo, os Espíritos desencarnados sabem que terão que retomar um corpo, do mesmo modo que um encarnado sabe que um dia vai morrer, ignorando, no entanto, quando isso se dará.
Portanto, a reencarnação é uma necessidade imperiosas para a evolução do Espírito, assim como a morte é uma necessidade da vida corporal. Não obstante, muitos Espíritos não compreendem tal necessidade, em razão do seu estado ainda inferior; nesta caso, a incerteza em que se acham do futuro que os aguarda, constitui motivo de sofrimento.
Os Espíritos podem apressar o momento da reencarnação, se assim o desejarem. Do mesmo modo, podem dilatar esse tempo, recuando diante da prova que os aguarda, pois entre eles há os que são indecisos e indiferentes. Aqui cumpre esclarecer que aquele que deliberadamente prolonga seu tempo na erraticidade, será responsabilizado por isso, visto que procede como o doente que recusa o medicamente que poderá curá-lo.
Contudo, o Espírito não pode permanecer indefinidamente no estado de erraticidade; cedo ou tarde sentirá a necessidade de progredir, pois todos têm que se elevar, obedecendo aos desígnios de Deus. Ele pode escolher também o corpo, porque as imperfeições do corpo são provas que o ajudam no seu adiantamento, se ele vencer os obstáculos encontrados; mas a escolha nem sempre depende dele, que pode pedí-la (LE, per. 335).
A união do Espírito com um determinado corpo pode ser imposta, da mesma maneira que as diferentes provas, sobretudo quando o Espírito ainda não está apto a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Como expiação, o Espírito pode ser constrangido a se unir ao corpo de uma criança que, por seu nascimento e pela posição que terá no mundo, poderá tornar-se para ele um meio de castigo (LE, perg. 337).

UNIÃO DA ALMA AO CORPO: Segundo a orientação dos Espíritos, a união da alma ao corpo começa na concepção, mas não se completa senão no instante do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para tomar determinado corpo a ele se liga por um laço fluídico que se vai encurtando cada vez mais, até o instante em que a criança vem à luz. (LE, perg. 344).
O Espírito pode, via de regra, escolher o corpo no qual irá reencarnar, para que as imperfeições que este apresentar possam servir de provas que o auxiliarão no seu progresso. Mas os laços são frágeis, porque podem ser rompidos pela vontade do Espírito, que recua ante as perspectivas da prova pela qual tem que passar. O Espírito, uma vez unido ao corpo, e não podendo mais retroceder, pode lamentar a escolha feita, mas não pode mais desistir, pois, em muitos casos, ele desconhece as provas pelas quais tem que passar.
Isto tem sido a causa de muitos Espíritos, quando encarnados, acharem que as provas escolhidas foram superiores às suas forças e recorrerem ao suicídio. No intervalo da concepção ao nascimento, o Espírito desfruta ainda de algumas de suas faculdades, pois a contar do instante da concepção ele começa a entrar num estado de perturbação, que se intensificará até o nascimento. Neste estado, ele experimenta uma fase quase idêntica ao sono de um Espírito encarnado.
O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção, porque representa uma transgressão à lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento (LE, perg. 358).




Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 330 A 360