quinta-feira, 16 de abril de 2015

ESQUECIMENTO DO PASSADO

O Espírito quando reencarna, esquece totalmente o seu passado; porém, muitas pessoas acreditam que a lembrança de vidas anteriores, no decorrer da vida presente, seria de grande beneficio. Mas, em cada reencarnação manifestam-se as tendências decorrentes da natureza do Espírito, a orientar seu comportamento mais correto; as boas inclinações, indicam o progresso já realizado e as más, as paixões a serem superadas.
Inúmeras vezes, Espíritos que foram acerbos inimigos numa determinada vida, renascem no seio de uma mesma família, a fim de removerem as arestas e aprenderem a se amar; se relembrassem do passado, em muitos casos essa reconciliação se tomaria extremamente difícil.
O homem nem pode nem deve saber tudo; Deus assim o quer, na sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado, como aquele que passa sem transição da obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele mesmo (LE, 392).
Em cada nova existência, o Espírito usufrui do conhecimento conquistado nas vidas passadas, estando em melhores condições de distinguir o bem do mal; ao retomar ao plano espiritual, descortina-se diante dele sua vida pregressa. Vê as faltas que cometeu e que deram origem aos seus sofrimentos, assim como o modo como as teria evitado; isto lhe servirá de orientação, caso tenha o mérito de escolher por si próprio uma nova encarnação, a fim de evitar e reparar os erros cometidos. Ele então escolhe provas semelhantes às que não soube aproveitar, ou os embates que melhor possam contribuir pra o seu adiantamento.
Mas, se não temos, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que fomos e do que fizemos de bem ou de mal em nossas existências anteriores, temos, entretanto, a sua intuição. E as nossas tendências instintivas são urna reminiscência do nosso passado, às quais a nossa consciência, - que representa o desejo por nós concebido de não mais cometer as mesmas faltas, - adverte que devemos resistir (LE, 393). Se o homem não tem, portanto, lembranças precisas do passado têm sempre a voz da consciência e suas tendências instintivas, que lhe permite o conhecimento de si mesmo.
Existem mundos mais evoluídos, onde seus habitantes guardam lembranças claras de suas existências passadas; mas isto é resultado da condição superior por eles conquistada, e que os leva a uma melhor compreensão e melhor aproveitamento da liberdade que Deus lhes permite desfrutar. Nesses mundos, onde não reina senão o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa; é por isso que neles se recorda com frequência a existência precedente, como nos lembramos do que fizemos na véspera.
Quanto à passagem que se possa ter tido por mundos inferiores, a sua lembrança nada mais é, como dissemos, do que um sonho mau (LE, 394). Mesmo em mundos como a Terra, e em casos muito especiais, existem pessoas que sabem o que foram e o que faziam; contudo, abstêm-se de dizê-lo abertamente, pois, do contrário, fariam extraordinárias revelações sobre o passado.

Assim, cabe ao homem suportar resignadamente as provas e expiações que lhe são pertinentes, sem a preocupação desnecessária de desvendar suas vidas passadas, a cada nova existência a justiça divina dar-lhe-á a oportunidade de retomar o curso do aprendizado interrompido, propiciando-lhe os recursos necessários para os devidos reajustes. Observando seu próprio caráter, ele sentirá, cada vez mais, a necessidade de superar suas imperfeições, pois basta que estude a si mesmo, e poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências (LE, 399).

Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 392 A 398A




SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS

Simpatia, segundo dicionário Houaiss, é a afinidade moral, similitude no sentir e no pensar que aproxima duas ou mais pessoas; relação que há entre pessoas que, tendo afinidades, se sentem espontaneamente atraídas entre si; impressão agradável, disposição favorável que se experimenta em relação a alguém que pouco se conhece; estado afetivo próximo ao amor; faculdade de compenetrar-se das idéias ou sentimentos de outrem. Antipatia é aversão espontânea, irracional, gratuita por (alguém ou algo); malquerença, repulsão; comportamento que expressa essa aversão.
Frequentemente, durante a romagem terrena, dois seres sentem- se naturalmente atraídos um pelo outro, em circunstâncias aparentemente fortuitas; ou inversamente, a sensação que surge é de antipatia e rejeição. Estes personagens não se reconhecem, porém, esta primeira impressão é resultante de encarnações anteriores, cujas experiências felizes ou desagradáveis emergem da memória espiritual de cada um.
Nem sempre é recomendável que eles se reconheçam; a recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que pensais. Após a morte eles se reconhecerão e saberão em que tempo estiveram juntos (LE, 386a). Afora estas circunstâncias, dois Espíritos que tenham afinidades se procuram sem que necessariamente se hajam conhecido em épocas remotas; fazem-no por identidade de objetivos e metas.
Além de os encontros que se dão entre certas pessoas não serem obra do acaso, mas sim o efeito de relações simpáticas, há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis. O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor (LE, 388). Assim como a atração de um ser para outro resulta da simpatia, Espíritos antipáticos se reconhecem sem se falarem.
Dois Espíritos não são necessariamente maus pela ausência de simpatia, mas também pela falta de similitude do modo de pensar. Tal acontece por não serem afins. À medida que eles se elevam, as diferenças se anulam e a antipatia desaparece. Um Espírito mal sente antipatia por aquele que possa julgá-lo e desmascará-lo. Ao sentir sua aproximação, já pela primeira vez percebe iminente desaprovação; reage então sob a forma de uma repulsa que se transforma facilmente em rancor, inveja e uma inspiração de fazer o mal.

O bom Espírito, por sua vez, pode afastar-se do mau porque sabe que não será por ele entendido; porém, consciente de sua superioridade não alimenta rancor nem inveja; limita-se a evitá-lo.


Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 386 A 391



sábado, 11 de abril de 2015

SOBRE A INFÂNCIA

       
          Frequentemente ocorre ser o Espírito que anima o corpo de uma criança, tão desenvolvido, ou mais ainda, do que o de um adulto, conforme o seu progresso anterior. Enquanto criança, o órgão da inteligência estando ainda em desenvolvimento, não lhe põe à disposição todas as faculdades de um adulto a sua inteligência permanecerá limitada, até que a idade amadureça e ele domine totalmente o novo organismo.
         A perturbação que acompanha a encarnação não cessa de súbito com o nascimento e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos.(LE, perg. 380). Segundo Emmanuel no livro "O Consolador", o Espírito no período infantil, até os sete anos, ainda se encontra em fase de adaptação à nova existência. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são mais vivas, tornando-se mais susceptível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
         Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem e por que tão profunda é a missão dos pais perante as leis divinas, pois é aí que a criança deve receber as bases do sentimento e do caráter. O estado infantil é uma necessidade do Espírito e corresponde aos desígnios da Providência, pois é um tempo de repouso para o Espírito (LE, perg. 382). O objetivo da encarnação é o aperfeiçoamento do Espírito e o estado de infância torna-o acessível às impressões que recebe; sua nova fase de vida vai fundamentar-se nos novos registros inseridos a partir de então.
         Daí os novos rumos limitados e dependentes deles e o aumento da probabilidade de sucesso na nova vida. As sábias leis divinas colocam-no em um meio onde ele só haure o que é útil, o que convém, junto daqueles que estão incumbidos de educá-lo e talvez capacitados a lhe auxiliar o adiantamento. Aos pais e professores cumpre ponderar seriamente sobre este aspecto, pois o Espiritismo abre um novo capítulo na Psicologia Infantil e na Pedagogia, mostrando a importância da educação da criança, não apenas para a vida em curso, mas também para a sua perene e definitiva evolução espiritual.
         Os estabelecimentos de ensino propiciam instruções, mas somente a família consegue educar; a universidade forma o cidadão, mas somente o lar edifica o Espírito. O primeiro sinal de vida da criança é expresso pelo choro para excitar o interesse da mãe e provocar os cuidados necessários (LE, perg. 348). Se a sua manifestação fosse em hosanas de alegria, as reações seriam tão diferentes que poucos se inquietariam com as suas necessidades. Em tudo erige-se a sabedoria divina.
         A mudança que se opera no caráter das criaturas ao atingirem certa idade, particularmente a partir da adolescência, deve-se ao fato de o Espírito retomar paulatinamente a sua natureza e mostrar-se qual era em encarnação anterior. O que o Espírito foi, é ou será, permanece oculto na inocência da criança. Isso permite que, no caso de Espíritos antagônicos, receba todas as manifestações de carinho e amor essenciais para que se lhe conceda a oportunidade adicional de redimir-se. Assim não procederiam os pais, se ao invés da criança cheia de graça e ingenuidade, se encontrassem sob os traços infantis um Espírito adulto, mostrando o seu verdadeiro caráter e instinto.
         A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a debilidade dos primeiros anos os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É então que se pode reformar o seu caráter e reprimir as suas más tendências.
         Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão que responder. É assim que a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas ainda a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo (LE, perg. 385). 


Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 379 A 385





DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS


         Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os embareceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele." E abraçando-os, e pondos as mãos sobre eles, os abençoava (Marcos, 10:13-16)
         Jesus tomou a infância como símbolo da pureza e da simplicidade; portanto, não havia em suas palavras a intenção de dizer que o Reino de Deus é apenas para as crianças, mas sim para todos aqueles que se lhes assemelham. Não poderia ser de outro modo, pois que o Espírito ao reencarnar traz consigo não só as qualidades conquistadas em vidas passadas, como também as imperfeições e as más tendências. A criança, no entanto, é sempre um exemplo vivo de pureza, e não foi outro o objetivo de Jesus ao tomá-la como paradigma para deixar à humanidade mais um ensinamento: somente os simples e humildes terão aceso aos planos mais sublimados da Espiritualidade, ou seja, o Reino de Deus.
         A criança necessita de cuidados especiais, de carinho e desvelo maternos, cuja ternura aumenta ainda mais diante da fragilidade na infância. A criança representa para a mãe deixaria de ter essa atenção e abnegação, se nela se revelassem nítidas manifestações do que foi em em vida anterior. Tal quadro se agravaria ainda mais, se a mãe se conhecesse seus antecedentes, pois, em muitos casos, pais e filhos são Espíritos antagônicos de vidas passadas.
         O Espírito quando reencarna, entra num estado de perturbação e, paulatinamente, perde a consciência de si mesmo, esquecendo suas vidas passadas. Durante algum tempo ele permanece numa espécie de sono, conservando, no entanto, todas as suas faculdades em estado latente. Esse estágio transitório é necessário para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, esquecendo tudo aquilo que possa representar obstáculo na nova existência corporal. Mas não deixa de sofrer uma reação do pretérito, conservando uma vaga intuição de toda a experiência adquirida. Após o nascimento, suas idéias retomam gradativamente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo.
         No período inicial da nova encarnação, o Espírito age realmente como criança, pois as idéias que marcarão seu caráter estão adormecidas. Por isto a criança é mais dócil nesta fase, tornando-se mais acessível às impressões que podem modificar sua condição evolutiva. Jesus tomou como exemplo de pureza e simplicidade a condição infantil, ao dizer venha a mim os pequeninos, não apenas nesta passagem evangélica, mas em muitas outras, conforme o relato do Evangelho de Mateus:
         -Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mateus, 11:25).
         -Assim também não é da vontade do Pai que estás nos Céus, que um destes pequeninos se perca (Mateus, 18:14).
         -Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não o fizestes, não o fizestes a mim (Mateus, 25:45).
         Jesus cercou-se sempre de criaturas simples e humildes, pois sabia que somente estes estavam aptos a assimilar suas palavras e seguir seus ensinamentos. A sua mensagem imorredoura era essencialmente endereçada aos brandos, aos pacíficos, aos humildes, aos sofredores de todos os matizes, aos pequeninos entre os homens; por isso ele exultou-se quando viu que os pequeninos e não os sábios e entendidos assimilaram a revelação do Reino de Deus.
         Desse modo, Jesus usou esta imagem da criança para ilustrar a bem-aventurança dos puros de coração. A simplicidade e a humildade são inerentes à pureza de espírito, excluindo qualquer laivo de egoísmo e de orgulho.


 Vídeo da Akiane uma menina muito especial









CRIANÇAS ÍNDIGO


Divaldo Pereira Franco fala sobre crianças índigo, vale a pena assistir a palestra.



sábado, 4 de abril de 2015

INFLUÊNCIA DO ORGANISMO

         A matéria não é mais que o envoltório do Espírito, como a roupa é o envoltório do corpo. O Espírito, ao unir-se ao corpo, conserva os atributos da natureza espiritual (LE, perg. 367). Contudo, se por um lado o exercício das faculdades depende dos órgãos que lhe servem de instrumentos, por outro lado, essas faculdades são enfraquecidas pela densidade da matéria, qual um vidro opaco que limita a irradiação da luz.
         Os órgãos os instrumentos da manifestação das faculdades da alma. Essa manifestação está subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos respectivos órgãos, como a excelência de um trabalho à excelência da ferramenta. (LE, perg. 369). Deste modo, para o Espírito encarnado torna-se um dever zelar pela boa preservação do corpo físico, mantendo-o a salvo de vícios ou excessos de qualquer natureza que possam restringir a liberdade de expressão do Espírito.
          Por outro lado, importa considerar que não há necessariamente uma relação entre o desenvolvimento dos órgãos cerebrais e o das faculdades morais e intelectuais, pois não são os órgãos que lhe dão as faculdades, mas as faculdades que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos (LE, perg. 370). Se as faculdades tivessem os seus princípios nos órgãos, o homem seria uma máquina, sem livre-arbítrio e sem a responsabilidade dos seus atos (LE, perg. 370a).

         Efetivamente, a diversidade de aptidões entre os homens decorre das qualidades do Espírito; é assim que os gênios, sábios e artistas não o são porque o acaso lhes deu órgãos especiais, mas devido às conquistas do Espírito. Não se pode, porém, deixar de levar em conta a influência do organismo que pode entravar mais ou menos o exercício das faculdades do Espírito.


Fonte: Curso Básico de Espiritismo - 1º ano - FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo 
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QUESTÕES 367 A 370A



VERDADE DOS OUTROS

No primeiro dia de aula, o professor trouxe um vidro enorme:
Isto está cheio de perfume. — Disse aos alunos.
Quero medir a percepção de cada um de vocês. Na medida em que sintam o cheiro, levantem a mão.
E abriu o frasco. Num instante, havia duas mãos levantadas. E logo cinco, dez, trinta, todas as mãos levantadas.
Posso abrir a janela, professor? — Suplicou uma aluna, enjoada de tanto perfume. Outras vozes fizeram eco.
O forte aroma, que pesava no ar, tinha se tornado insuportável para todos.
Então, o professor mostrou o frasco aos alunos, um por um: estava cheio de água. Eles não podiam acreditar no que acabara de acontecer...
*   *   *
Até quando vamos comprar verdades com tanta facilidade assim?
Isso já nos levou a tantos desastres...
Ao invés de encontrar as nossas próprias verdades, o nosso próprio entendimento a respeito das coisas, preferimos, por ignorância ou comodismo, acreditar nas verdades dos outros.
Dessa forma, tornamo-nos uma massa facilmente sugestionável, manipulável, facilmente fascinável por essa ou aquela ideia, por mais absurda que possa ser.
Divulgamos boatos apenas por ouvir dizer e condenamos pessoas, após ter escutado apenas um lado, destruindo vidas inconsequentemente, pelo descuido com o verbo.
Desenvolvemos um prazer tolo pela fofoca que, em muitos casos, se torna um vício deveras perigoso, para quem a divulga e para quem é alvo dos comentários jocosos.
Somos capazes de construir nossas próprias verdades, nosso próprio entendimento sobre as coisas da Terra e do céu.
Mesmo no campo religioso precisamos aprender a associar a fé à razão, para que ela não seja construída em bases frágeis – a fé cega.
Fé raciocinada é sinônimo de segurança. Somente crer depois que compreendermos, depois que fizer sentido dentro de nós, e não porque Fulano ou Beltrano falou, ou porque está escrito aqui ou ali.
Quando ouvimos falar sobre fundamentalismo religioso nos assustamos, mas, muitas vezes, esse tipo de prática está mais próxima do que imaginamos e, em outras esferas de nossa vida, quando fazemos as coisas sem refletir sobre elas, apenas porque sempre foi assim.
Por isso, prestemos muita atenção em nossas existências, se não estamos comprando verdades prontas dos outros, sem que elas façam sentido em nós.
Se não estamos acreditando nisso ou naquilo apenas por dizer, ou apenas por acreditar, por ser cômodo, ou por não ter nada melhor para crer.
Não podemos mais agir como uma massa sem cérebro, que é facilmente seduzida por novidades, por ideias esdrúxulas ou por promessas fantásticas.
Se desejamos mudar nossos líderes, mudemos a nós mesmos primeiro e nos tornemos capazes de escolher melhor os que nos representam nessa ou naquela posição.
Finalmente, tenhamos cuidado com nosso verbo, para que nossa verdade não seja também imposta ao outro com violência. Todos têm o direito de pensar, de escolher, de raciocinar.
Cada um tem o direito e o dever de ter a sua verdade. Respeitemo-nos. Respeitemos a verdade de cada um.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.Celebração da desconfiança, de O livro dos abraços,
de Eduardo Gaelano, ed. LPM.
Em 23.6.2014.