sábado, 2 de maio de 2015

O SONO E OS SONHOS

Introdução

        Chama-se emancipação da alma, o desprendimento do Espírito encarnado, possibilitando-lhe afastar-se momentaneamente do corpo físico.
        É muito importante a compreensão e o estudo do sono e dos sonhos para um conhecimento mais amplo do fenômeno da emancipação da alma e das experiências vivenciadas pelo Espírito neste estado de liberdade.
        "À semelhança da morte, em que o Espírito se liberta com facilidade do corpo mediante conquistas anteriores de desapego e renúncia, reflexões e desinteresse das paixões mais vigorosas, no sono há uma ocorrência equivalente, pois que o ser espiritual possui maior ou menor movimentação conforme as suas fixações e conquistas."
        Dormimos um terço de nossas vidas e o sono, além das propriedades restauradoras da organização física, concede-nos possibilidades de enriquecimento espiritual através das experiências vivenciadas enquanto dormimos.
        No campo da mediunidade, durante o desdobramento ou emancipação da alma pelo sono natural, os participantes dos grupos mediúnicos desenvolvem tarefas de significativo valor em continuidade às atividades encetadas nas reuniões mediúnicas.
        Vários fenômenos mediúnicos poderão ocorrer com a alma emancipada, embora muitos sejam classificados, apenas, como fenômenos anímicos.
        "Às vezes, durante o sono ou na vigília, a alma se exterioriza, se objetiva em sua forma fluídica e aparece à distância." (3) É o fenômeno da bicorporeidade.
        Durante o sono normal, o corpo perispiritual poderá provocar uma série de fenômenos de efeitos intelectuais, como a psicofonia e a psicografia e também os de efeitos físicos ou objetivos como as aparições, produzir sons, ruídos, etc...

No Livro dos Médiuns, Allan Kardec nos diz :

        As manifestações visuais mais comuns têm lugar durante o sono: são as visões.

         Os sonhos podem ser:
  • Uma visão atual das coisas presentes ou ausentes ;
  • Uma visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro;
  •  Quadros simbólicos que os Espíritos fazem passar sob nossos olhos para nos dar úteis advertências e salutares conselhos, se são bons Espíritos ou induzir ao erro ou lisonjear paixões, se são Espíritos imperfeitos."
       No estado de emancipação da alma, o Espírito se desloca do corpo físico, os laços que o unem à matéria ficam mais tênues, mais flexíveis e o corpo perispiritual age com maior liberdade.
    Vamos, neste estudo, evidenciar com maior intensidade, o sonho, suas características espirituais, quando realmente ocorre a emancipação da alma e as horas de sono são aproveitadas para nosso crescimento espiritual através de atividades, estudos e aquisições enobrecedoras.

Sono e Sonhos


Conceitos:

        Sono é um estado em que cessam as atividades físicas motoras e sensoriais.
           Sonho é a lembrança dos fatos, dos acontecimentos ocorridos durante o sono.
        A ciência oficial, analisando tão somente os aspectos fisiológicos das atividades oníricas, ainda não conseguiu conceituar com clareza e objetividade o sono e o sonho. Sem considerar a emancipação da alma, sem conhecer as propriedades e funções do perispírito, fica, realmente, difícil explicar a variedade das manifestações que ocorrem durante o repouso do corpo físico. Alguns psiquiatras e psicólogos já analisam os sonhos como atividades do psiquismo mais profundo.
        Assim temos em Freud, o precursor dos estudos mais avançados nesta área. Ele julgava que os instintos, quando reprimidos, tendem a se manifestar e uma destas manifestações seria através dos sonhos. Isto numa linguagem simbólica representativa do desejo.

        Adler introduziu em Psicologia o "instinto do poder" . Nossa personalidade gravitaria em torno da auto-afirmação, do desejo do domínio.
        Jung considerou válidas as duas proposições. Descobriu que nos recessos do inconsciente, existe uma infra-estrutura feita de imagens ou símbolos que integram a mitologia de todos os povos. São os arquétipos, reminiscências de caráter genérico que remontam a fases muito primitivas da evolução.
        Mas foi Allan Kardec, através da Codificação Espírita, quem, realmente, analisou amplamente os sonhos em seus aspectos fisiológicos e espirituais.
        No livro dos Espíritos, Cap. VIII, analisando a emancipação espiritual, coloca o sono como a primeira fase deste fenômeno, que antecede ao sonambulismo e ao êxtase que seriam estados mais profundos de independência pelo desprendimento parcial do Espírito.
       
        Na questão 400, do Livro dos Espíritos, ele indaga aos Espíritos Superiores :
        "O espírito permanece voluntariamente no seu envoltório corporal ?"
        R : "É como se perguntasse se o prisioneiro está satisfeito sob as chaves. O Espírito encarnado aspira incessantemente à libertação e quanto mais grosseiro é o envoltório, mais ele deseja ver-se desembaraçado." 

        Na questão 401 :

        "Durante o sono, a alma repousa como o corpo ?"
        R : "Não. O Espírito jamais está inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não mais necessitando do Espírito, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."
        Na questão 402, Kardec indaga :
        "Como podemos julgar a liberdade do Espírito durante o sono ?"
        R : "Pelos sonhos."

        E Allan Kardec tece comentários muito importantes acerca dos sonhos, nos quais há uma emancipação da alma, enquanto o corpo repousa.
        "O sono liberta parcialmente a alma do corpo."
        "O Espírito jamais está inativo."
        "Têm a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro."
        "Adquire mais poder (pela liberdade de ação delimitada pelo grau de exteriorização) e pode entrar em contato com outros Espíritos encarnados ou desencarnados."
        "O sono coloca o homem num estado em que estará de maneira permanente após a morte."
        "Enquanto dormem, alguns Espíritos procuram aqueles que lhes são superiores (estudam, trabalham, recebem orientações, pedem conselhos).
        "Os Espíritos inferiores irão aos lugares com os quais se afinizam."
       

Sonhos - Classificação:


        Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade", propõe a seguinte classificação dos sonhos :

COMUNS = Repercussão de nossas disposições físicas e psicológicas.

REFLEXIVOS = Exteriorização de impressões e imagens arquivadas no cérebro físico e no perispírito.

ESPÍRITAS = Atividade real e efetiva do Espírito, durante o sono.

      SONHOS COMUNS: São aqueles que refletem nossas vivências do dia a dia. O Espírito desligando-se, parcialmente, do corpo, absorve as ondas e imagens de sua própria mente, das que lhe 

são afins e do mundo exterior, já que nos movimentamos num turbilhão de energias e ondas vibrando sem cessar. Nos sonhos comuns, quase não há exteriorização perispiritual. São muito freqüentes dada a nossa condição espiritual.

        "Puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais. É também o reflexo de impressões e imagens arquivadas no cérebro durante a vigília. (...)" (3)

      SONHOS REFLEXIVOS: Há maior exteriorização que nos sonhos comuns. O Espírito registra acontecimentos, impressões e imagens, arquivadas no subconsciente, isto é, no cérebro do corpo fluídico, ou perispírito.
        Esses sonhos poderão refletir fatos remotos, imagens da atual reencarnação. Contudo, é mais freqüente revivenciar acontecimentos de outras vidas, cujas lembranças nos tragam esclarecimentos, lições ou advertências, se orientados por mentores espirituais.
Poderão os Espíritos inferiores motivarem estas recordações com finalidade de nos perseguirem, amedrontar, desanimar ou humilhar, desviando-nos dos objetivos benéficos da existência atual.
        "Nos sonhos reflexivos, o espírito flutua na atmosfera sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens, que de todos os lados rolam pelo espaço, deles se impregna, e aí colhe impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis sonhos; a isso se mesclam, às vezes, reminiscências de vidas anteriores (...)" 

  SONHOS ESPÍRITAS: Há mais ampla exteriorização do perispírito. Desprendendo-se do corpo e adquirindo maior liberdade, a alma terá uma atividade real no plano espiritual. Léon Denis chama a estes sonhos de etéreos ou profundos, por suas características de mais acentuada emancipação da alma.
        "O Espírito se subtrai à vida física, desprende-se da matéria, percorre a superfície da Terra e a imensidade onde procura os seres amados, seus parentes, seus amigos, seus guias espirituais ( ... ) Dessas práticas, conserva o Espírito impressões que raramente afetam o cérebro físico, em virtude de sua impotência vibratória."
        Nos sonhos espíritas, teremos que considerar a lei de afinidade. Nossa condição espiritual, nosso grau evolutivo, irá determinar a qualidade de nossos sonhos, as companhias espirituais que iremos procurar, os ambientes nos quais permaneceremos enquanto o nosso corpo repousa.
        "Quando encarnados na crosta, não temos bastante consciência dos serviços realizados durante o sono físico, contudo, esses trabalhos são inexprimíveis. ( ... ) Infelizmente, porém, a maioria se vale de repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas. Relaxando-se as defesas próprias, e certos impulsos longamente sopitados durante a vigília, extravasam-se em todas as direções, por falta de educação espiritual, verdadeiramente sentida e vivida."

Fonte: Texto do Portal do Espírito


Um exemplo do quanto o sonho pode ser importante na nossa vida, assistam:

Vídeo: Palestra do Dr. Décio Iandoli - O médico junto ao ser que chora 






VEJA VÍDEO MONTAGEM COM TRECHOS DO AUDIOBOOK ( LIVRO FALADO ) O LIVRO DOS ESPÍRITOS, NARRADO POR CARLOS VEREZA E SUA FILHA LARISSA VEREZA 
QUESTÕES 400 A 411










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