Emancipação da alma
Dezessete de maio de 1953, entre 13h
e 14h, em frente ao Cassino lnterlaken, Suíça. Joaquim da Silva Gomes, juntamente
com sua esposa, Maria Estela Barbosa Gomes, deixavam-se fotografar pela filha
Terezinha.
Dias depois, chegando em Portugal,
revelaram o filme e esta foto os surpreendeu profundamente: ao lado do casal,
com toda nitidez, aparecia o Dr. Otávio Bandeira de Lima Coutinho, grande amigo da família, que
deveria estar em sua residência, no Recife!Na suposição de que o amigo tivesse
desencarnado, Joaquim enviou a foto a uma das filhas do Dr.Otávio. Este de
pronto remeteu uma carta bem humorada ao amigo, identificando-se na foto e
reconhecendo inclusive o terno, a gravata e o alfinete como seus, pois estavam
bem visíveis. Esclareceu que, na data
e no horário em que foi batida a foto, adormecera numa cadeira de balanço na
varanda de sua residência. Disse não se recordar de nada que se relacionasse
com a foto, a não ser que pensara muito nos amigos distantes antes de
adormecer.
Este é um caso típico de
desdobramento ou bilocação (projeção astral), narrado pelo Anuário Espírita 1983.
É o fenômeno pelo qual o espírito de pessoa mediunizada, ou em estado de
sonolência ou mesmo de sono, transporta-se de um lugar para outro com aparência
de realidade ou com tangibilidade real. Desdobrado do corpo, o espírito
sente-se liberto Segundo Kardec, o espírito aproveita-se com satisfação da
oportunidade de escapar da prisão corporal sempre que pode.
É um dos mais curiosos e ricos
fenômenos anímicos, em que o ser se move livremente, pensa melhor, decide com
maior conhecimento, mantém intenso intercâmbio com encarnados e desencarnados,
segundo seus interesses e afinidades.
É frequente ocorrer com todas as
pessoas, porém nem todas conseguem se lembrar, após o regresso ao corpo físico,
do que fizeram durante o tempo em que estiveram parcialmente libertadas deste.
Geralmente atribuem tudo a um sonho comum, ou seja, aquele resultante de suas
disposições físicas ou psicológicas.
Diz Hermínio Miranda que é nesse
estado que o espírito consegue entrar na posse de algumas de suas faculdades
superiores, pelo acesso aos arquivos da sua memória integral. Daí lembrar-se de
encarnações passadas e até mesmo, em situações especiais, afastar a densa
cortina que encobre o futuro.
Por sua vez, Martins Peralva, ao
analisar as situações em que pode ocorrer essa libertação espiritual, chama a
atenção para a existência, nos trabalhos mediúnicos, do chamado médium de
desdobramento, ou seja, aquele cujo espírito tem a propriedade ou faculdade de
desprender-se do corpo, geralmente em reuniões.
Desprende-se e excursiona por vários
lugares na Terra ou no Espaço, a fim de colaborar nos serviços, consolando ou curando.
No caso de um médium de
desdobramento desejar aprimorar a sua faculdade e aumentar os seus recursos,
diz o autor que há condições de ordem moral das quais não pode prescindir: vida
pura, aspirações elevadas, potência mental, cultivo da prece e exercício
constante. A respeito desse tipo de médium, diz André Luiz: considerável número
de pessoas, principalmente as que se adestram para esse fim (desdobramento),
efetuam incursões nos planos do espírito, transformando-se, muitas vezes, em
preciosos instrumentos dos benfeitores da espiritualidade, como oficiais de
ligação entre a esfera física e a esfera extrafisica.
Um depoimento de Hermínio Miranda
confirma exatamente essa atividade mediúnica. Diz o autor, referindo-se a uma
personagem do seu livro Diversidade dos Carismas; É comum observar-se em Regina
o trabalho mediúnico específico e bem caracterizado em desdobramento.
Em várias oportunidades, em vez de o
espírito manifestante ser trazido ao grupo, ela é que vai ao encontro dele, o
que dá conhecimento antecipado ao dirigente dos trabalhos. Desprende-se e é
levada pelos amigos espirituais;
Segundo desdobramento as pesquisas
revelam que não se trata de um fenômeno restrito aos seres que ainda estão na
carne.
Experiências realizadas por Albert
de Rochas informam que poderá ocorrer um segundo desdobramento, a partir do
perispírito já desdobrado do corpo físico, quando se separa daquele a essência
espiritual.
Este fenômeno é ratificado por André
Luiz em Nosso Lar, quando o autor desencarnado visitou, conscientemente, o
espírito de sua mãe, habitante de plano superior ao seu, após desdobrar-se de
seu corpo perispiritual que ficara em repouso numa das unidades da instituição
à qual fora escolhido.
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, 02/11/2010
Enviado por René
Artur de Barros Monteiro
No Livro dos Espíritos Kardec indaga aos benfeitores espirituais na questão 414:
No Livro dos Espíritos Kardec indaga aos benfeitores espirituais na questão 414:
Duas pessoas que se
conhecem podem visitar-se durante o sono?
“ Sim, e muitas outras que acreditam não
se conhecerem, se encontram para conversar. Pode-se ter um amigo em outro país,
sem que se tenha consciência disso. O fato de haver visitas durante o sono,
entre amigos, parentes, conhecidos, pessoas que lhes podem ser úteis, é tão
frequentes, que pode mesmo acontecer quase todas a noites.”
Diante
desta resposta, poderemos pensar, então poderei ver quem eu gosto, poderei ver
aquele parente distante, posso desta forma pedir antes de dormir para ir ao
país que eu desejo conhecer, certo? Não é bem assim que ocorre...
Veja a questão
416:
O homem pode provocar as visitas
espíritas por sua vontade? Pode, por exemplo, dizer ao adormecer: “ Esta noite,
eu vou me encontrar em Espírito com tal pessoa, falar-lhe e dizer-lhe tal
coisa?
“ Eis o que se passa: quando o homem
dorme, seu Espírito desperta e o que ele resolveu, o Espírito está, muitas
vezes, bem longe de seguir, porque a vida de relação do homem interessa pouco
ao Espírito, quando está liberto da matéria. Isto acontece com os homens já
muito elevados; com os outros, sua existência espiritual passa de modo
totalmente diverso. Entregam-se às paixões ou permanecem em inatividade. Pode
ocorrer, portanto, que, segundo o motivo a que se propôs, o Espírito vá visitar
as pessoas que deseja; todavia, o fato de o haver desejado quando no estado de
vigília, não é razão para que o faça. ”
Portanto,
nós quando estamos em estado de vigília, ou seja, acordados, temos muitos anseios,
desejos, porém estão relacionados as questões da matéria, do nosso dia a dia,
sem interesses mais espirituais e profundos para o nosso crescimento como seres
em evolução, no entanto, quando estamos libertos do nosso corpo, em
desdobramento, nossas aspirações são outras, nosso Espírito tem uma consciência
maior da nossa verdade mais profunda, buscando com isso nestas oportunidades, o
estudo, acompanhar benfeitores espirituais em situação de ajuda e
aconselhamento, enfim, atividades úteis ao aprendizado e crescimento
espiritual. Claro que muitos, infelizmente por despreparo espiritual e ainda muito
apegados as questões da matéria não vivem essas experiências, se entregam a
experiencias ligadas as paixões e não aproveita o sono como fonte de renovação
espiritual, mas quanto mais nós estudamos, fazemos prece antes de dormir, enfim,
procuramos nos libertarmos das armadilhas da matéria, mas teremos consciência e
viveremos essas experiencias.
Fonte : O Livro dos Espíritos - Cap. VIII - Emancipação da alma
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QUESTÕES 413 A 418